220 páginas

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A Poesia pode salvar-nos?
Talvez não, mas de certeza que nos pode condenar. À clareza de nós próprios,
a uma verdade subterrânea como os espinhos das sombras, ao perfume arrepiante das flores, à beleza maldita das Mulheres.
Talvez nos possa condenar a uma errância pelas rotas crepusculares do amor. Às pétalas de um céu derramado no cio dos anjos. Talvez nos possa condenar à dança do oculto nos pulsos dos assassinos.
Condenar-nos a ser sermos intransigentes com a nossa insignificância.
A Poesia pode salvar-nos? Não nos concede o âmago de nós próprios, não nos confere um ímpeto de lucidez, não nos fornece a vertigem da Liberdade, não nos levanta do chão?
 
 
Sobre o autor:
 
Licenciado em Comunicação Social pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa em 1995 ( com especialização em Televisão e Cinema ), laborou seguidamente na Rádio Paris-Lisboa / Radio France Internationale durante oito anos, onde para além de incumbências jornalísticas várias deteve um referencial programa de Jazz intitulado ‘Até Jazz’, e produziu a série de Entrevistas ‘Geração 2000’. Colaborou com reportagens para o jornal Público, e com crónicas para o jornal Diário de Notícias, a título cívico. Efectuou um mestrado na FCSH e ocupou a função de Gestor de Informação do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. 
Entusiasta de Fotografia, publicou um livro de poemas intitulado Súbito, e um livro de contos intitulado Ofertório de Pragas. 
Autor do programa de rádio «Paixões Privadas», e fundador do projecto ‘Odo’.